A segunda parte do Benfica tomou de euforia o café Los Manos e as habituais cervejas deram lugar a rodadas de uísque barato e licor beirão. Alguns nada tomavam mantendo-se perplexos de olhos enfeitiçados no ecrã. Quanto a mim, apenas me ocorria um pensamento. "Isto só pode ser um fenómeno..."
Com quase 50 mil almas nas bancadas do Estádio da Luz, o Benfica tinha tudo para chegar ao primeiro lugar depois do empate cedido pelo Braga em Vila do Conde. A rivalidade entre Jorge Jesus e Manuel Machado e a arrogância madeirense apimentavam ainda mais um jogo que prometia ser quente. Mas mais uma vez os encarnados não deram qualquer hipótese ao adversário com uma exibição de luxo e, novamente, recheada de golos. O Benfica adiantou-se no marcador aos 17 minutos, após um passe a rasgar de Aimar para Fábio Coentrão que centrou rasteiro para o encosto fácil de Cardozo. O Nacional empatou aos 27 minutos por Edgar Costa, que no momento do passe de Ruben Micael se encontrava em 'off-side'. Ainda antes do final dos primeiros 45 minutos, Saviola cabeceou para o fundo das redes restabelecendo justiça no marcador. Numa primeira parte marcada por alguns confrontos físicos, palavras e cartões o previsível acabou por acontecer. À saída para os balneários jogadores de ambas as equipas envolveram-se em abraços fraternos e trocaram números de telemóvel.
A segunda parte perfilou-se "à Benfica" e arrebatou os corações expectantes dos adeptos. Cardozo facturou da marca de grande penalidade (49min) na sequência de uma queda bem encenada por Aimar. Dez minutos depois o árbitro voltaria a errar desta vez ao anular um golo limpo aos encarnados. A partir daí foi mais do mesmo e as crianças na Luz não conseguiram novamente contar os golos de Cardozo e seus muchachos com os dedos de uma só mão. Mais um golo de Saviola, um de Nuno Gomes e outro do paraguaio fecharam as contas: 6-1! O Benfica colocou-se em primeiro lugar na Liga e com um 'goal average' verdadeiramente extraordinário...diria mesmo, aberrante - 30 golos marcados e cinco sofridos em apenas oito jogos disputados!
No final do jogo saí disparado dos Los Manos ansioso e perturbado. Alguns clientes ainda lá ficaram a gozar a embriaguez de mais uma goleada. O pensamento ainda me perseguia e ao chegar a casa lancei-me de imediato na definição de fenómeno...
"Um fenómeno é um acontecimento observável, particularmente algo extraordinário (literalmente "algo que pode ser visto", derivado da palavra grega phainomenon = "observável") como, por exemplo, na área da físca, como feito por Galileu Galilei"
E é mesmo isto, voilá!! Como não? O Benfica é algo de extraordinário e facilmente observável...só não vê quem não quer! E se Galileu Galilei provocou o pânico popular com a sua teoria heliocêntrica, Jorge Jesus desponta semanalmente a alegria e a efusão popular! Vivó BENFICA!!!
Com quase 50 mil almas nas bancadas do Estádio da Luz, o Benfica tinha tudo para chegar ao primeiro lugar depois do empate cedido pelo Braga em Vila do Conde. A rivalidade entre Jorge Jesus e Manuel Machado e a arrogância madeirense apimentavam ainda mais um jogo que prometia ser quente. Mas mais uma vez os encarnados não deram qualquer hipótese ao adversário com uma exibição de luxo e, novamente, recheada de golos. O Benfica adiantou-se no marcador aos 17 minutos, após um passe a rasgar de Aimar para Fábio Coentrão que centrou rasteiro para o encosto fácil de Cardozo. O Nacional empatou aos 27 minutos por Edgar Costa, que no momento do passe de Ruben Micael se encontrava em 'off-side'. Ainda antes do final dos primeiros 45 minutos, Saviola cabeceou para o fundo das redes restabelecendo justiça no marcador. Numa primeira parte marcada por alguns confrontos físicos, palavras e cartões o previsível acabou por acontecer. À saída para os balneários jogadores de ambas as equipas envolveram-se em abraços fraternos e trocaram números de telemóvel.
A segunda parte perfilou-se "à Benfica" e arrebatou os corações expectantes dos adeptos. Cardozo facturou da marca de grande penalidade (49min) na sequência de uma queda bem encenada por Aimar. Dez minutos depois o árbitro voltaria a errar desta vez ao anular um golo limpo aos encarnados. A partir daí foi mais do mesmo e as crianças na Luz não conseguiram novamente contar os golos de Cardozo e seus muchachos com os dedos de uma só mão. Mais um golo de Saviola, um de Nuno Gomes e outro do paraguaio fecharam as contas: 6-1! O Benfica colocou-se em primeiro lugar na Liga e com um 'goal average' verdadeiramente extraordinário...diria mesmo, aberrante - 30 golos marcados e cinco sofridos em apenas oito jogos disputados!
No final do jogo saí disparado dos Los Manos ansioso e perturbado. Alguns clientes ainda lá ficaram a gozar a embriaguez de mais uma goleada. O pensamento ainda me perseguia e ao chegar a casa lancei-me de imediato na definição de fenómeno...
"Um fenómeno é um acontecimento observável, particularmente algo extraordinário (literalmente "algo que pode ser visto", derivado da palavra grega phainomenon = "observável") como, por exemplo, na área da físca, como feito por Galileu Galilei"
E é mesmo isto, voilá!! Como não? O Benfica é algo de extraordinário e facilmente observável...só não vê quem não quer! E se Galileu Galilei provocou o pânico popular com a sua teoria heliocêntrica, Jorge Jesus desponta semanalmente a alegria e a efusão popular! Vivó BENFICA!!!
3 respostas:
Só tu podias escrever esta crónica, como te disse por SMS a sair da Luz, enquanto trauteava o Bailinho da Madeira. Fenómeno para mim é ver a massa humana(50.000 numa noite de segunda-feira) a sair da Luz eufórica e a discutir quem pode parar este Benfica para chegar à resposta unânime "ninguém". Velhos e novos abraçam-se em cânticos de louvor ao clube, e as crianças olham fascinadas para um admirável mundo novo de alegria e confiança.
Cada jogo é uma festa e um autêntico colírio para os olhos de quem gosta de futebol. O goal-average é aberrante e esclarecedorda qualidade dos jogadores que temos. Atrevo-me a dizer que este é o melhor Sport Lisboa e Benfica que vi na minha vida.
Tal como nas antigas escrituras, Jesus, depois de Azenha, usou justiça divina contra um dos seus arqui-inimigos que o difamou...falta agora cumprir o destino divino perante Domingos Paciência.
Viva o BENFICA!!!
A crónica é brilhante, tal como o Benfica, mas deixem-me chamar-vos à atenção para outros aspectos.
A lesão de César Peixoto no aquecimento fez-nos descobrir um novo lateral-esquerdo. Quando a razão apontava para a entrada de Sidnei, descaindo David Luiz para a esquerda, Jesus surpreende e chama Coentrão, que fez um jogo notável. Em casa e perante equipas menores, que neste momento são TODAS, Coentrão tem de ser titular, porque aquela asa esquerda com Di María à frente.... fica imparável.
À atenção de Queiroz.
Depois, o espectáculo de Jesus no banco. Primeiro junto do fiscal de linha, por não ter levantado a bandeirola no golo do empate. Aquando do 2-1, diz claramente para esse senhor: “Levanta agora e anula” e depois os gestos para Manuel Machado. “Os quatro dedos eram para os meus defesas, para jogarem em linha”.
Fantástico!
Bom amigo Miguel, já esteve mais longe a loucura de comprar uma passagem e voar sobre o atlântico em direcção ao café Los Manos para traduzir em imperiais suadas os golos do Glorioso!!
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