Por forma a dar continuidade ao ecletismo futebolístico do selodegolo, decidi, na fria tarde de domingo, centrar atenções na Liga Vitalis com uma deslocação ao Municipal do Cartaxo, a convite da direcção flaviense, com o propósito de acompanhar o Carregado 1 Desportivo de Chaves 2.
Apesar do fraco jogo, à imagem do relvado, e do pouco público presente nas bancadas, o destaque vai inteiramente para o atleta flaviense, o médio criativo de 36 primaveras Carlos Pinto, que bisou na partida e aumentou a contagem para nove tentos, isolando-se como melhor marcador da Liga de Honra e o principal goleador de nacionalidade portuguesa, tendo em conta as duas principais ligas do futebol português.
Finalizada a partida, e envolvido em conversa com gentes enraizadas para lá do Marão, fizeram-me saber que a vitória do Grupo Desportivo de Chaves criou uma ténue esperança de subida aos adeptos transmontanos, e o saudosismo que se fez sentir, levou-me a recordar nostálgicas épocas pintadas a ouro, envolvendo duas distintas gerações.
Na minha memória, guardo a última equipa do Desportivo de Chaves - da qual fazia parte Carlos Carvalhal actual treinador do Sporting - a conquistar a subida ao principal palco do nosso futebol, a antiga I Divisão. Não me recordo de todos, vocês por certo ainda se lembrarão de alguns:
Em cima da esquerda para a direita: Lino, Manuel Correia, Paulo Henrique e o guardião António Jesus (internacional AA).
Em baixo da esquerda para a direita: Beto, Serginho, Gilmar, Edú e o capitão Paulo Alexandre.
Relembro, na foto acima representada, a longínqua época de 1986/1987, na qual a formação flaviense que nesta fase tanto se fazia confundir com o famoso Barcelona, conquistou um brilhante 5º lugar, permitindo o acesso à antiga Taça UEFA. O internacional búlgaro Radoslav Zdravkov, mais conhecido por "Radi", foi a estrela transmontana na época seguinte, em 1987/1988, com a estreia europeia do Desportivo de Chaves, acabando honradamente a sua participação na prova, nos 16 avos de final ás mãos dos húngaros do Honved.
16/avos de final | 1ª Mão | 2ª Mão | ||||
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Brøndby | (3-3) (0-3)g.p. | Sportul Studenţesc | 3-0 | 0-3 (3-0)g.p. | ||
Aberdeen | (2-2) | Feyenoord | 2-1 | 0-1 | ||
Dundee United | (2-3) | FC Vítkovice | 1-2 | 1-1 | ||
Barcelona | (2-0) | Dynamo Moskva | 2-0 | 0-0 | ||
Toulouse | (1-2) | Bayer Leverkusen | 1-1 | 0-1 | ||
Panathinaikos | (3-3) | Juventus | 1-0 | 2-3 | ||
Milan | (0-2) | Espanyol | 0-2 | 0-0 | ||
Internazionale | (2-1) | TPS | 0-1 | 2-0 | ||
FC Utrecht | (2-3) | Hellas Verona | 1-1 | 1-2 | ||
DESPORTIVO DE CHAVES | (2-5) | Budapest Honvéd | 1-2 | 1-3 | ||
V. Guimarães | (1-1) (5-4)g.p. | Beveren | 1-0 | 0-1 (4-5)g.p. | ||
Borussia Dortmund | (3-2) | Velez Mostar | 2-0 | 1-2 | ||
Victoria Bucuresti | (1-2) | Dinamo Tbilisi | 1-2 | 0-0 | ||
Spartak Moscow | (6-7) | Werder Bremen | 4-1 | 2-6 (a.p.) | ||
FK Crvena Zvezda | (3-5) | Club Brugge | 3-1 | 0-4 | ||
Erzgebirge Aue | (1-2) | Flamurtari | 1-0 | 0-2 |
Para finalizar, fica o comentário de João Sousa, treinador da formação do Carregado, após o final do encontro: “Estou desapontado. Falta maturidade à minha equipa. Pressão por causa dos maus resultados? Só conheço a pressão da panela”.
Agradecimentos: chavesantiga.blogs.sapo.pt
4 respostas:
Aqui está um belo post,
Recordo-me bem de vários jogadores qu estão na foto, como o Lino, Paulo Henrique e o Manuel Correia que se não me engano chegou a ser treinador dos flavienses.
Mas do que eu me recordo mesmo, é daquela equipa cheia de espanhóis como o Miner e Matute, o croata Putnik, e tobaguenho Lewis. Aliás houve uma altura em que o Chaves tinha uma boa fornalha de espanhóis e croatas.
Quem sabe se esta época, os flavienses não sobem de divisão e voltam a tramar o Sporting na época natalicia, como faziam antigamente. Nesta Liga Vitalis, a subida e a descida de divisão estão ao alcance de todas as equipas, pois o equilibrio é muito grande, mas tendo em conta que um dos lugares da descida é claramente do Carregado, o Chaves poderá aproveitar essa segurança para fazer um campeonato tranquilo, tentando sempre devagarinho chegar aos 2 lugares que interessam.
Pedro
mais uma vez o Selo de Golo expande os seus tentáculos na cobertura mediática do mundo da bola.
já cobrimos, em directo e com enviados especiais, a chegada do Benfica aos Açores, a comemoração do campeonato da Serie B do Vascão, o jogo da Taça de Portugal entre Atlético e Setúbal, o Setúbal x Sporting da jornada anterior.
Enfim, um blog humilde mas que faz das tripas coração para levar o melhor ao seu público!
É verdade amigo Pedro, na época 1997/1998, o chaves orientado na altura por Álvaro Magalhães,tinha 3 ou 4 croatas se bem me lembro, e data de jogadores espanhóis. Esse Miner, Matute, o Dani Diaz, Toniño e um central menos conhecido o Raúl. Sabes que a proximidade geográfica tem muita culpa disso.
Sim o carregado esta condenado, mas é como tu dizes, a competitividade é tanta que a distância entre a subida e a despromoção é muito pequena. Sobe quem tiver mais regularidade.
Quem sabe se não combinaremos uma jantarada para o ano antes do jogo Sporting - Chaves.
Epa gostei desse post, era necessário uma dedicatória ao Chaves, que aqui tem sido tão lembrado. Tens que convidar a malta do Blog para assistir a um jogo do Chaves esta época...talvez na Amoreira no dia 21 de Fevereiro, tendo em conta as condicionantes geográficas.
Lembro-me de muitas dessas caras do plantel do Chaves. Aliás, um dos quartetos defensivos que conhecia de cor do antigamente era Paulo Pires, Paulo Alexandre, Manuel Correia e Vinagre (este veio mais tarde), com o Filgueira como suplente. Obviamente que o Chaves carregado de espanhóis e polvilhado de craques de leste, ficará para sempre na memória da malta.
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